quinta-feira, 12 de junho de 2008

Pensar a fé e a cultura

A idéia de fazer algo sem saber o que ou por que se realiza determinada ação é angustiante. Seria como receber uma ordem e não poder fazer uma pergunta a respeito dela. Neste sentido, pessoas de círculos mais rígidos levam uma grande vantagem sobre as outras. Gostamos de saber o que fazemos, ou as razões por trás de nossas ações. Pelo menos de algumas delas.

Digo de algumas porque parece haver uma interessante contradição neste desejo de conhecer as motivações. Quando nos é apresentado um pedido ou ordem, a razão deve estar acompanhada, mas se se trata de algo que deliberamos realizar, muitas vezes não queremos pensar as razões de tais práticas, e há momentos em que buscamos “mascarar” as reais intenções.

Essa atitude “plástica” (como diria Nelson Rodrigues) pode ser analisada com mais calma em outro momento. Por ora basta enfatizarmos a singela e boba ignorância que nos acompanha.

Tomemos por exemplo o trabalho. Nós temos uma forma de agir durante a labuta. Mas existem posturas que são influenciadas em um nível mais profundo, a saber, a nossa concepção do que é o trabalho. Para algumas pessoas, trata-se de uma maldição de Deus sobre a humanidade. Para outras, uma bênção. Obviamente a nossa atitude em relação ao serviço será diferente a partir das pressuposições que carregamos conosco. Infelizmente pensar sobre isso às vezes é raro...

Que tal a música? Tema polêmico em círculos religiosos, é vista como algo neutro por uns, perigoso por outros, e benéfico por um terceiro grupo. Em qual nos encaixamos? Para percebermos isto, basta avaliarmos nossa prática: que tipo de música ouvimos? Sentimos liberdade para ouvir canções de várias origens diferentes, não só do ponto de vista geográfico, mas também religioso? Como nos comportamos ao cantar? Com que freqüência cantamos?

Elemento por trás destas análises é a nossa fé. Com isto quero dizer o nosso sistema de crença. Não pretendo afirmar que o único fator a influenciar tais posturas é a nossa identidade doutrinária, seria exagero. Mas é certo que nossas convicções religiosas produzem forte impacto sobre a forma de ver o mundo e responder a ele.

Neste domingo, 15 de junho, observaremos algumas propostas dentro do cristianismo sobre o envolvimento com a cultura. Isto será de grande ajuda para entender o que fazemos e por que fazemos, considerando que demonstrará pressupostos, princípios e práticas que são observadas em nossas vidas, talvez de maneira irrefletida.

A importância de uma prática consciente está, entre outros pontos, na viabilização de acertos deliberados diante dos homens e de Deus, bem como de atitudes firmes, que resistem ao teste das dúvidas e seduções.

O I Fórum da Escola de Líderes será realizado no Monumental Shopping (São Luís - MA), às 09h00min, na sala 548 (5ºandar). Talvez você queira aparecer...

2 comentários:

Ad Discendum Jus disse...

Se Deus quiser estaremos lá irmao..

Abraços

Anderson disse...

A questão sobre como o cristão relaciona-se com a cultura é bastante complexa. Historicamente, somos refratários às manifestações culturais que não têm relação direta de afinidade com a nossa fé. Acho que você andou bem quando identificou na atitude irrefletida muito dessa aversão.
Gostei muito do seu blog. Tanto que já o linkei entre os favoritos do meu (www.gracasomente.blogspot.com).
Fique na Paz.