quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Direitos autorais presbiterianos (2)

Considerando o post anterior sobre o assunto (presumo que vocês leram), destaco evidências de que a predestinação não é exclusiva dos presbiterianos, e que a história dos batistas está diretamente envolvida com o calvinismo:

1. Sobre a origem dos batistas, o historiador Earle E. Cairns (1995, p.276) afirma:


O grupo mais forte de batistas calvinistas ou particulares originou-se de um cisma da congregação de Henry Jacob, em Londres, em 1633. Eles sustentavam o batismo dos crentes por imersão e uma teologia calvinista que enfatizava a expiação limitada (só para os eleitos). (...) Os antecedentes do movimento batista norte-americano podem ser encontrados neste grupo.


Comento:

Cairns é autor conhecido. Pelo menos no meio teológico. Isto me serve de escândalo. Como os pastores batistas - que provavelmente utilizaram o livro deste autor no seminário - ignoram a informação tão clara sobre o envolvimento dos batistas com o calvinismo desde sua origem?

Só para demonstrar a popularidade do autor: sua obra fui utilizada por um pastor e amigo que estudou teologia em um seminário batista de renome há mais de uma década. Quando eu tinha aulas de História da Igreja no Instituto Superior de Teologia Reformada (INSTER), o mesmo livro foi utilizado. Depois disso tudo, agora em minha especialização em História da Igreja, na Faculdade Internacional de Teologia Reformada (FITRef), que livro utilizo nas disciplinas História da Igreja Antiga, Medieval, da Reforma e Moderna? A mesma obra. O fato de muitos professores competentes - como Frans Leonard Schalkwijk - endossarem tal material, confere a ele algum grau de seriedade.

Cairns afirma que, paralelo ao grupo de batistas gerais (arminianos) surgido na Holanda, os batistas particulares (calvinistas) iniciaram seus trabalhos na Inglaterra. A diferença temporal entre os dois grupos é pequena, mas mesmo se fosse diferente, há a inequívoca demonstração que ainda no século XVII havia batistas de persuasão reformada.


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