sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Missões e(m) crise [6]


CONCLUSÃO: Uma questão de visões de mundo

O debate sobre as práticas de missionários isolados, equipes missionárias e todos tratados ao longo desta análise indica algo maior, que perpassa as condutas erradas – a perspectiva errada sobre a realidade, ou sobre determinada parte da realidade.

Nesse sentido, não é saudável apenas abandonar as práticas arminianas, como as estratégias de convencimento e persuasão pura e simplesmente, ou os elementos esquerdistas, como panfletos e protestos “contra o sistema”, ou ainda os discursos que revelam o cientificismo.

O problema é maior, e deve ser trabalhado na raiz: a luta de cosmovisões existentes na adoção de tais práticas. Não basta rasgar os panfletos revolucionários, é preciso compreender a perspectiva bíblica sobre o governo e o papel do cristão. Não basta rejeitar folhetos arminianos, é preciso perceber e adotar uma visão bíblica da salvação. Não basta começar práticas isoladas de resistência em um ou outro item, se a visão unificadora de mundo não brotar das Escrituras.

Enquanto a mentalidade de missionários estudantis caminhar lado a lado com noções anti-bíblicas a respeito da ciência, do Estado, da salvação, e do Evangelho como um todo, mesmo os seus esforços para resistir determinadas práticas será inútil, pois em outro momento a visão de mundo distorcida se mostrará em toda a sua força.

Qual a proposta para os problemas levantados? Uma revisão profunda da cosmovisão dos missionários e suas instituições. Uma reciclagem bíblico-teológica que envolva cada aspecto da vida. Um auto-exame honesto (doloroso) e constante, a fim de adotar uma percepção da realidade segundo a Palavra de Deus.

Não é suficiente listas novas “regras de evangelização” – é preciso pensar biblicamente. Só assim a prática verdadeiramente missionária será resgatada, os cristãos viverão um estilo de vida missional, e a crise se transformará em saúde.

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