2.3.4 Outros temas
O filme permite várias reflexões, tratadas de maneira completa em outros artigos científicos, por vários pesquisadores dos mais diversos âmbitos no contexto acadêmico.
A perspectiva filosófica tem analisado a obra a partir da noção de simulacro[8], proposta por Gilles Deleuze (FELDMAN, 2008). As questões a respeito da realidade que nos cerca – até que ponto são fabricadas, e em que medida são legítimas – têm sido investigadas por pesquisadores desta linha.
No campo da psicanálise, pesquisadores como Jan Jagodzinski (2005), têm observado o filme a partir da perspectiva lacaniana[9] para refletir a respeito dos reality shows e seus efeitos sociais.
A Teologia e a Filosofia da Religão observam tentativas como a de Deane-Peter Baker (2002), no sentido de pensar categorias e doutrinas teológicas no filme. A análise mencionada, por exemplo, faz a relação entre o argumento transcendental e o pecado original no Show de Truman.
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[8] “Gilles Deleuze distingue, no idealismo de Platão, as ‘cópias-ícones’ e os ‘simulacros-fantasmas’. [...] Questionando o modelo platônico da mímesis e do simulacro, o filósofo de Logique du sens (1969) propõe uma ‘reversão do platonismo’: promove o triunfo do simulacro, que ‘nega tanto o original quanto a cópia , criando um jogo, no qual os signos descobrem-se máscaras’”. SIMULACRO. E-dicionário de termos literários. Disponível em: <http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/S/simulacro.htm>. Acesso em: 10 out. 2009.
[9] “Fortemente marcado pela lingüística moderna, Lacan propõe uma nova leitura de Freud, à luz da análise estrutural, e introduz na psicanálise o modelo lingüístico que já se havia imposto em biologia e nas outras ciências humanas” LACAN, JACQUES. In: BARAQUIM, Noëlla. Dicionário universitário dos filósofos. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
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