sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Antes e Depois das eleições - Editorial para o informativo da Igreja Batista Renascença

Na esteira das reflexões sobre a política – fomentada pelo vídeo do Pr. Paschoal Piragine Jr. – somos levados a pensar os pressupostos (o que vem antes) e as implicações (o que vem depois) da conversa.

Como pressuposto fundamental do debate político por parte dos cristãos, está a noção de que a Bíblia é a Palavra de Deus, autoritativa, inerrante, suficiente, e inspirada. Segue-se disso, que Ela possui a palavra final sobre os princípios que seguiremos quanto ao modo de fazer política, sobre o papel do Estado diante da sociedade, e sobre o caráter do líder da nação, ou do nosso estado.

Em segundo lugar, trabalhamos a partir da noção de que religião, política [e futebol] são passíveis de discussão, sim. O fenômeno que os livrou da discussão na esfera pública foi a privatização pós-moderna dos objetos de crença, e a pulverização da verdade. O esquema é simples: se antes havia uma verdade, era natural haver grande discussão pública sobre quem estava certo, e quem estava errado. Na medida em que o conceito de verdade foi alterado e “pluralizado”, a privatização das convicções tornou praticamente impossível o debate sobre qualquer coisa que seja. Todos têm “a sua verdade”, e por isso é melhor não discutirmos, afinal, todos estamos certos do nosso jeito.

O problema é que, na prática, essa posição é insustentável. No caso específico da política, que temos tratado agora, precisamos definir se uma política pró-aborto é adequada ou não, e para isso, precisamos saber se o aborto é algo certo ou errado. A Escritura tem a resposta.

Na tomada de decisões por parte do governo, um princípio será adotado – uma forma de pensar e agir que influenciará diretamente o modo de vida dos cidadãos. Para um governo que legisla, julga e executa, não há espaço de múltiplas decisões. Apenas uma será “a correta”, em detrimento das demais.

E é assim que passamos a pensar sobre as implicações do debate político no presente contexto. Fugindo dos pressupostos antibíblicos, somos desafiados a discutir a política, enquanto buscamos compreender os esquemas de pensamento dos partidos e candidatos.

Foi mais ou menos isso que o Pr. Paschoal Piragine fez. Entendeu haver uma série de pressupostos norteando as decisões do partido político mencionado, e criticou este direcionamento, alertando os cristãos para este ponto.

política de aborto
Conforme documentos governamentais, como o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), a agenda do Brasil – se continuar na linha do governo atual – seguirá para maior restrição da liberdade de expressão (Diretriz 22), revanchismo político (Diretriz 23), restrições no direito de propriedade (Diretriz 17), descriminalização do aborto (Diretriz 9), negação da religiosidade e história brasileira (Diretriz 10), confirmação da homossexualidade – ou, como eles descreveram, “desconstrução da heteronormatividade” (Diretriz 10), entre outros itens.

Compreendendo os pressupostos que direcionam a nossa reflexão, e as implicações de uma escolha errada – como a continuidade deste governo e os desdobramentos sociais, morais, legais e religiosos – somos desafiados a expandir o debate na esfera pública, mais uma vez agindo como sal e luz, para a glória de Deus.

Somos chamados não apenas a um voto consciente e justo, mas a direcionar palavas de sabedoria e amor à cultura que nos cerca. Demonstrar amor pelo próximo também é ajudá-lo nas escolhas políticas.

A política está submetida ao reinado de Jesus.

Solus Christus.

O PNDH-3 pode ser lido aqui: http://portal.mj.gov.br/sedh/pndh3/pndh3.pdf
Um artigo elucidativo do Reinaldo Azevedo pode ser lido aqui: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/ainda-o-golpe-dos-direitos-humanos-desconstruindo-outra-mentira/

Um comentário:

Leonardo Bruno Galdino disse...

Allen,

Ótima observação a sua. E ótimo texto também.

Abraços!