A relatividade com a qual encaramos o tempo é muito interessante. Algumas horas para uma pessoa podem parecer dias, enquanto que, para outra, parecem segundos. Com os minutos não é diferente, e mesmo com os segundos esta realidade é apresentada. É incrível como cinco segundos parecem muito tempo para corredores, nadadores, e afins. Cruzar a linha de chegada poucos segundos depois de um adversário é atestar a lerdeza e uma grande desvantagem em relação ao oponente. Segundos são encarados como “tempo demais” para quem compete em uma corrida de 100 metros rasos. A outra realidade também é facilmente encontrada: cinco segundos não representam nenhuma alteração significante no tempo. Em poucos segundos não é possível fazer muita coisa, e se você está lendo um livro, almoçando, conversando, etc., cinco segundos a mais ou a menos dificilmente farão alguma diferença.
Eu aprendi que cinco segundos podem ser pouco tempo, mas são suficientes para causar um “belo” estrago. Semanas atrás, ao dirigir em direção à minha casa, desviei a atenção por algo em torno de cinco segundos. Olhei para o lado, sem nenhuma razão relevante. Não havia nada especial na paisagem à minha esquerda, mas eu simplesmente perdi o foco do trânsito. Nesse pequeno intervalo de tempo, eu não percebi que o carro à minha frente estava parando. Voltei os olhos novamente para a minha pista, e fui surpreendido com a imagem de um veículo parado. Pisei firme no pedal do freio, mas era tarde, ouviu-se apenas a sinfonia de pneus na avenida, encerrada pelo som escatológico da colisão: o fim havia chegado. Como o erro foi meu, nada havia para ser usado como desculpa. Mas Deus permitiu que o prejuízo ficasse apenas do meu lado, livrando o outro carro de qualquer marca séria.
O hábito de fazer uma leitura dos eventos diários como metáforas da vida cristã permanece, e não foi preciso muito esforço para aprender lições importantes a partir deste triste acontecimento.
Assim como tirar os olhos da estrada por cinco segundos pode ser fatal, tirar os olhos de Cristo, ainda que por um mísero segundo, pode causar um grande estrago na vida cristã. Existem muitos exemplos ao longo da história da Igreja que comprovam o ponto. No fim da antiguidade e ao longo da Idade Média, uma parcela da Igreja desviou a atenção de Cristo para contemplar a estrutura e poder eclesiásticos (hierarquias). O resultado disto foi o declínio da Igreja, sua secularização, a perda de sua identidade, a introdução de uma politicagem até hoje encontrada, e a desonra a Deus. Uma parte da Igreja do século XX tirou os olhos de Cristo e olhou para os pobres. O resultado disto foi uma teologia marxista extremamente perniciosa e anti-bíblica, que rejeitou a salvação da alma para salvar o corpo.
Da mesma forma, por meio de movimentos contemporâneos como o “seeker sensitive” (sensível aos “interessados”), corremos o risco de perder o foco, desviando a atenção de Cristo, e novamente colocando o homem no centro de nossa vida, culto, e teologia. Os efeitos disto não serão diferentes dos citados nos exemplos anteriores. Uma igreja fraca, sem identidade, sem verdade, nem piedade. Tudo isto pode acontecer se perdermos Cristo de vista por um segundo. Ele precisa ser o centro durante cada momento de nossa existência, e a menos que levemos isto a sério, estaremos nos expondo a um terrível risco, que trará prejuízos muito maiores do que aqueles de um carro amassado.
Mas se de alguma forma este erro já aconteceu, e os danos já foram feitos, ainda há esperança. O carro acidentado não precisa ficar assim para sempre. Na semana seguinte ao acidente levei o carro para a oficina, e o recebi como se nada tivesse acontecido, exceto pela marca indelével em minha memória. Aqueles que perderam o foco podem e devem retornar imediatamente para Cristo, a fim de que suas vidas sejam restauradas, e eles sejam testemunho vivo do poder renovador do Cristo.
“Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra” Is. 45.22a
13 comentários:
Querido amigo, espero que os danos tenham sido apenas materiais. Como vc mesmo disse, é incrível o que pode ocorrer em uma fração de segundos, por isso, não se pode bobear em nada nesta vida.
Beijos.Rita.
Obrigado, Rita.
Acho que estou mais atento ultimamente... rs
bj
:) SDG
Mestre, ainda bem que nada pior aconteceu e foram apenas danos materias, livrandonos assim de outros danos irreversíveis.
Olha eu comentando or aqui, acho q é a primeira vez na vida.Tinha q inaugurar a net com algo de bom e claro q seria com o blog do meu GRANDE amigo.
Bjs.
Graças a Deus, né Tia Kell?
seja bem vinda, e fique à vontade pra vir aqui quantas vezes quiser, hehe.
Obrigado!
bj
:) SDG
Acho que você não viu meu comentário em um post lá embaixo. Bem, espero que você esteja mais atento ao trãnsito agora.
Boa lição retirada do acontecimento.
Oi Isla, eu dei uma olhada!
Estou mais atento, acredite!! rs.
Aliás, gostei do teu blog!
:) SDG
Allen,
Fiquei feliz de ver seus comentários. Foram os primeiros!
Você leu todos os meus posts? Poxa, me sinto honrada! :)
Brigada pela visita!
Abraços.
Nada acontece por acaso, as eventualidades existem, assim como os trope�os, as vezes, nos evitam algo pior mais na frente!
A quest�o, ao meu ver, n�o est� no tempo...segundos...minutos...horas...mas no fato em si!Porque � ap�s aquele momento que conseguimos nos reencontrar, colocar o carro na reta, aprender e seguir em frente!
Deus te proteja sempre All�m, fico de longe, mas sempre tor�o por ti!
Lika
Olá Allen...
O que significa SDG?????
Estou curioso pra saber se possível me informe.
Olá Allen, bom dia...
Acabo de acordar e li seu texto concordo plenamente com o que vc disse, penso que ser cristão e estar no pico de um morro íngreme, um pequeno deslize e vc perde o foco do mestre Jesus.
Parabéns, desejo que Deus continue te abençoando com palavras encorajamento semelhantes a esta.
amém!
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