sábado, 9 de fevereiro de 2008

Sobre a necessidade de bases firmes para a sustentação de idéias e práticas

Este assunto precisa de um post maior do que o que eu vou escrever agora, mas não posso deixar de mencionar algumas palavras, ainda que básicas, para provocar sentimentos, reflexões, e posturas.

É simplesmente impossível, para qualquer cristão, sustentar um ponto de sua fé, quando ele está baseado em um elemento ou pressuposto antibíblico.

Observem, por exemplo, os esforços sobre a ecologia. Quando a igreja pensa a partir de pressupostos pragmáticos, enfatizando apenas os resultados dos males que temos causado à natureza, isto não passa de egoísmo anti-cristão. O valor da natureza em si é excluído, e esquecemos que somos todos criaturas de Deus, para nos colocarmos em uma posição que teremos dificuldades em sustentar coerentemente. Com tal perspectiva, estamos nos igualando a qualquer ativista ecológico que grita por socorro pela natureza apenas pensando em si mesmo. Não temos nenhuma razão para censurá-los e demonstrar a verdade, pois estamos pensando da mesma forma.

Outro aspecto importante está na compreensão da obra de Cristo. Qualquer obra evangelística é contraditória se desconsiderarmos o propósito e os efeitos do que Cristo fez na cruz, tendo em vista o ensino também bíblico sobre a rebeldia do homem diante de Deus.

Permitam-me tentar tornar isto mais claro: Se eu prego o evangelho acreditando que Cristo morreu apenas para tornar possível a salvação aos homens, eu não possuo NENHUMA garantia de que alguém será salvo através de minha pregação. Pelo contrário, nesta perspectiva eu possuo garantias bíblicas (cf. Rm.3.9-12) de que ninguém poderá ser salvo.

É incoerente e inconsistente pregar o evangelho a partir da descrença na obra completa e substitutiva de Cristo. Normalmente vocês, queridos leitores, devem estar balançando a cabeça e concordando comigo, mas grande parte da igreja contemporânea, se não a maioria, pensa desta forma que estamos refutando.

Apenas mais um exemplo, porque já está tarde e eu preciso deitar: a oração. Muitas pessoas se dedicam à prática da oração na expectativa de que Deus mude de idéia em relação aos Seus planos e atenda aos seus pedidos.

Ora, a Bíblia é clara em afirmar que é impossível que Deus mude (Nm.23.19, por exemplo). As conseqüências disto seriam terríveis. Não teríamos qualquer segurança em um Deus mutável. Hoje Ele poderia nos salvar, e amanhã nos condenar. Hoje nos amar, amanhã derramar Sua ira sobre nós. Não haveria certeza de salvação, e todas as promessas da Bíblia poderiam ser esquecidas porque nada estaria seguro. Esta é a consequência lógica e coerente da base sobre a qual muitas pessoas oram. Que caos!!

Por outro lado, quando oramos, nós somos transformados. A garantia bíblica de que nossos pedidos serão atendidos está na bondade de Deus e na adequação aos Seus propósitos. Desta forma, Deus não muda, e ainda utiliza as nossas oraçãoes como causas secundárias para agir em favor de pessoas (esta é a resposta para o caso de algum preguiçoso perguntar: então para que orar?).

Resumindo, sem bases consistentes, o nosso cristianismo cai, e somos deixados em um ambiente terrível e desolador. Embora chamemos de cristianismo, se nossos pressupostos forem antibíblicos, a nossa religião será contraditória, o nosso evangelismo será ineficaz, e sentiremos na pele a inconsistência de nossas respostas diante das questões existenciais do dia-a-dia.

Seremos incapazes de ajudar e sermos ajudados sobre bases frágeis. Estaremos distantes do verdadeiro conhecimento das Escrituras, e assim, da verdadeira comunhão com Deus.

Seremos como cegos, tateando por aí, desejando uma esperança vazia que possa apenas satisfazer a necessidade presente de nossos corações, até que outra crise nos domine.

Deus nos ajude.
SOLI DEO GLORIA.

Um comentário:

AmandA SeguinS disse...

Quando não há base há vulnerabilidade! Por acaso é possível construir um prédio sem antes preparar a base e as colunas de sustentação??? De forma alguma!

Assino embaixo!
Abraço,
Amanda Seguins