O blog Going to Seminary postou um artigo fascinante sobre as fases do seminarista no estudo teológico. O autor faz a ressalva de que isto não acontece com todos, mas de modo geral é o que se percebe.
Eis a minha síntese da coisa:
Fase 1 - Entusiasmado - "Eu amo a Jesus!"
No primeiro ano os seminaristas são as pessoas mais alegres do campus. Eles amam o Senhor e estão animados com a idéia de dedicar a sua vida a servi-lO e à Sua igreja. Fazem todos os trabalhos, frequentam as reuniões da capela(...). A fase 1 pode durar um ano ou dois, mas infelizmente tem a tendência de sumir rapidamente.
Fase 2 - Orgulhoso - "Eu amo Barth!"
Em algum lugar do primeiro ou segundo ano, os alunos começam a perceber que o alvo de atenções em suas igrejas - profundo amor por Deus e pelo Seu povo - não é tão perceptível na sala de aula. O contexto acadêmico naturalmente enfatiza a importância do conhecimento - o conhecimento de Teologia, dos teólogos e das correntes teológicas. Aos poucos os seminaristas deixam de levantar a mão na sala para fazer perguntas, e começam a levantar a mão para fazer afirmações mostrando o seu brilhantismo.
As antigas disciplinas disciplinas espirituais da oração, jejum, e meditação nas Escrituras tendem a ter segundo lugar em relação às habilidades que podem ser pontuadas numericamente. Em conversas, os estudantes nesta fase mais provavelmente citam o nome de algum teólogo obscuro ("O professor não passou trabalho, estou lendo por diversão") do que falam da bondade de Deus. Esta fase é bastante longa, e alguns seminaristas pulam a fase 1 e entram no seminário ja na fase 2.
Fase 3 - Desiludido - "Eu odeio o seminário!"
A postura da fase 2 dá lugar a um terceiro estágio caracterizado por um cinismo velado como "pensamento crítico". A marca dos estudantes neste período é serem decididamente contra uma coisa ou outra. Eles devem ter sido a favor de alguma coisa antes, mas agora são muito contrários a isto. Normalmente apontam seriamente os erros em sua igreja, tradição ou seminário. Talvez o seminarista tenha percebido o seu orgulho da fase 2 e agora passe a questionar o próprio conceito de seminário. Se você ouvir um seminarista começar uma frase com "A igreja nunca..." ou "Os cristãos sempre...", ele provavelmente está passando pela fase 3, que é tão demorada e difícil quanto a fase 2.
Fase 4 - Quebrantado - "Eu odeio o orgulho!"
Em algum lugar no fim do seminário ou talvez um tempo depois dele, algo marcante começa a acontecer. O dedo que apontava para tudo e todos na fase 3 começa a se voltar para o acusador. À medida que o seminarista entra nesta fase, ele começa a perceber que o problema não é a Igreja, a Teologia sistemática, ou a Editora de livros. "O problema sou eu", ele finalmente percebe.
Embora ele seja um expert em criticar sermões, sistemas teológicos e modelos de igreja, começa a lembrar que a razão pela qual entrou no ministério foi levar o evangelho aos quebrantados, que não são pessoas perfeitas. Ele cai em si: "É claro que a igreja tem muitos problemas. Por que precisaríamos ir para o seminário a fim de aprender a ministrar para ela?". O cinismo que só era capaz de apontar problemas agora é capaz de iluminar as necessidades e ver oportunidades para ministrar às pessoas para as quais Deus o chamou pra servir.
O post original pode ser lido aqui
3 comentários:
Realmente muito interessante! Que Deus continue te abençoando!
Valeu, Davi. Também achei uma ótima sacada do autor!
abraço
SDG
Legal!
Gostei do otimismo do final. Devemos dar graças a Deus que muitos sobrevivem ao seminário e dele saem homens preparados para ministrar à igreja.
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