terça-feira, 11 de agosto de 2009

Livrim: O universo ao lado, James Sire, United Press, 245 p.

SIRE, James W. O universo ao lado. São Paulo: United Press, 2004.

A obra de Sire está entre as mais conhecidas no Brasil sobre o assunto. O autor busca apresentar um sumário de cosmovisões, por ele consideradas principais.

Ele desenvolve o seu texto a partir das noções básicas a respeito de uma weltanschauung. Em sua perspectiva, de alguma forma semelhante ao que Walsh e Middleton apresentaram, uma cosmovisão responde a sete perguntas básicas, a saber: (1) Qual é a realidade primordial?; (2) Qual é a natureza da realidade externa, isto é, do mundo ao nosso redor?; (3) O que é um ser humano?; (4) O que acontece quando uma pessoa morre?; (5) Por que é possível conhecer alguma coisa?; (6) Como sabemos o que é certo e errado?; e (7) Qual o significado da história humana?

O diálogo se estabelece a partir de tais questões, e como cada crença básica responde a elas. Sire apresenta primeiramente o Teísmo Cristão – perspectiva com a qual se identifica desde o início.

Uma linha histórica é percorrida ao longo do livro. Na perspectiva de Sire, houve um tempo em que o Teísmo cristão era a cosmovisão dominante no mundo, até que, em nome do racionalismo, Deus passou a ser considerado distante da realidade. Por isso, o Deísmo é a filosofia analisada em segundo lugar.

O Deísmo é considerado uma transição para o Naturalismo . Na análise desta perspectiva são destacadas as respostas naturalistas que apontam para um sistema fechado de causas e efeitos no universo, excluindo qualquer noção de sobrenatural. As inconsistências internas, como as tentativas de preservar alguma liberdade e responsabilidade no ser humano, são demonstradas com clareza.

O Niilismo pode ou não ser considerado visão de mundo, segundo o autor. “Na verdade, é uma negação de todas as cosmovisões”, afirma Sire (p.91). Nessa linha, ele afirma que “é mais um sentimento do que uma filosofia” (p.95), e mais: “é a negação de tudo” (p.95). De modo apologético, Sire indica cinco tensões internas do niilismo, evidenciando o perigo de suas implicações.

A seguir, analisa o Existencialismo, em suas duas correntes: a ateísta e a teísta. Na primeira, dialoga com Sartre e Camus para chegar à conclusão de que “[o existencialismo ateísta] falha em oferecer um referencial para a moralidade que vai além de cada indivíduo” (p.134). Sobre a segunda, Kierkegaard e Barth são observados, e, novamente, a conclusão não é animadora, especialmente no sentido de não haver significado, senão no mundo subjetivo, pelo “salto de fé”.

Falando sobre o Monismo Panteísta Oriental, o autor demonstra o crescimento e alcance do pensamento oriental em muitos círculos ocidentais. Indica, ainda, as dificuldades de comunicação entre oriente e ocidente, considerando a diferença de pressupostos.

A Nova Era e o Pós-Modernismo são as últimas duas cosmovisões analisadas. A N.E. é considerada uma cosmovisão adolescente, ainda em formação (talvez por isso ainda bastante sincrética), e o P.M. é apresentado com suas dificuldades lingüísticas e éticas, principalmente no clima de suspeição.
Obs: há uma nova edição do livro rolando por aí!

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