sexta-feira, 13 de novembro de 2009

LIBERDADE OU AUTONOMIA? ... [3]

2.2 Direção

Peter Weir dirige O Show de Truman. Australiano, nascido em Sydney, em 1944, o autor revela ter o desejo de sair de lá desde cedo (WEIR, 1994). A sua trajetória demonstra um pouco da busca de liberdade – ele começou a estudar artes e direito, mas abandonou os estudos para viajar pela Europa, depois voltando para trabalhar com filmes. Teve início com a televisão em 1967, mas só fez sucesso com Picnic at Hanging Rock (1975).

Em 1985 passou a filmar nos EUA, estreando com o filme A Testemunha. A influência das idéias de liberdade e autonomia já estava presente em suas obras desde este período. Percebe-se isso na reconhecida obra A Sociedade dos Poetas Mortos (1989), na qual a máxima Carpe Diem (aproveite o dia) é constantemente apresentada. Ainda neste filme, o suicídio é apresentado como uma escolha pela liberdade do personagem oprimido pelo pai. Ele revela essa inclinação em uma entrevista à Venice Magazine (WEIR, 1998).

O que o levou à Sociedade dos Poetas Mortos?

[...]Primeiro foi o tema de se levantar contra as autoridades, porque houve muitos períodos em minha infância e também como adulto, nos quais eu desejei me levantar e expressar minhas idéias, mas eu não fiz, e me arrependi na maioria das vezes. (Tradução livre)[7]

A apresentação de dilemas existenciais humanos é ainda apresentada em Sem medo de viver (1993), no qual a temática da morte e do pós-vida é apresentada, bem como a atitude humana a lidar com tais questões.

Embora com filmes de linhas diferentes, a presença de um padrão no sentido de lidar com questões existenciais humanas, e a busca pela liberdade autônoma parece ser estabelecida.

O Show de Truman (1998) trabalha idéia semelhante, apresentando a luta de um homem para viver segundo o seu padrão, longe da escravidão de um reality show no qual toda a sua vida é forjada.


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[7] What was it that drew you to Dead Poet's Society?

[...]First it was the theme of standing up to authority, because there have been many times during my childhood and also as an adult when I wanted to stand up and speak my mind, but I didn't, and I've regretted most of those times.

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