quinta-feira, 12 de novembro de 2009

LIBERDADE OU AUTONOMIA? UMA ANÁLISE TEO-REFERENTE DO "SHOW DE TRUMAN" [2]

2 O SHOW DE TRUMAN


THE TRUMAN Show. Direção: Peter Weir; roteiro: Andrew Niccol; produção: Ed Fedman, Andrew Niccol e Scott Rudin; elenco: Jim Carrey, Laura Linney, Noah Emmerich, Ed Harris, Natascha McElhone, Holland Taylor, Brian Delate, Blair Slater, Pete Krause, Heidi Schanz, Ron Taylor; duração:103 min. EUA: Paramount Pictures, 2001. 1 DVD.


2.1 Sinopse


O filme apresenta a história de Truman Burbank, o primeiro bebê a participar de um reality show desde o nascimento. É também o primeiro bebê a ser adotado por uma instituição. Desde os primeiros dias, Truman é exposto ao mundo através do programa “O mundo de Truman” (The Truman World). A sua vida é forjada dentro do maior estúdio de televisão produzido – a cidade inteira onde vive, com simulação de elementos como mar, sol e lua. Todas as suas experiências são construídas dentro do falso ambiente de um programa de televisão.

Para lidar com o jovem Truman que crescia em curiosidade, experiências traumáticas foram montadas, como a perda do pai, e o conseqüente medo da água – um possível meio de libertação e fuga da cidade.

Quando Truman se apaixona na juventude, a garota de quem gosta lhe alerta sobre a falsidade do seu mundo, e é retirada bruscamente de sua vida. Outra pessoa é colocada diante dele, que acaba se tornando sua esposa. Ela tem papel essencial no programa, pois tenta conter os impulsos de Truman, quando este deseja viajar ou fazer algo diferente.

Outras tentativas de fuga são desencorajadas ou impedidas por eventos manipuladores, como a suposta doença da mãe, que o impediu de ir em busca da mulher amada. Truman é um escravo das telas e de sua cidade. O seu universo é completamente falso, mas ele não sabe disso.

Aos poucos ele percebe incoerências em sua vida, como quando um holofote do estúdio cai perto dele, e os jornais informam que uma peça de um satélite caiu. Ou quando ele reencontra o seu pai como um mendigo na rua, e todas as demais personagens tentam separá-los, com sucesso. Uma interferência no rádio permitiu que ele ouvisse em seu carro as instruções dos bastidores do programa, que indicava todos os seus passos – para sua estranheza. Viu, também, que o elevador de um prédio era apenas a fachada para os bastidores do set de filmagem.

Em vários episódios como os citados acima, o protagonista percebe haver alguma interferência sobre a sua vida. Tal sentimento gera inquietação e o desejo crescente de romper com as estruturas que o prendem na cidade.

Após vários conflitos que decorrem desta tentativa de preservar a liberdade, Truman finalmente luta contra o seu medo da água, entra em um barco e decide fugir da cidade. Na fuga o diretor do programa decide investir contra o seu medo, criando uma tempestade no mar. Truman permanece firme, apesar das ondas quase o afogarem. Ele, então descobre o “fim do mar” - os limites do estúdio de gravação, e Christof, o diretor do programa, e aquele que se considera o pai do protagonista, decide conversar com ele. A cena final é um diálogo interessante entre Truman e o criador. Este tenta convencer o primeiro de que a segurança no mundo por ele controlado é melhor, mas recebe como resposta o gesto de autonomia de Truman, que decide sair do estúdio em busca de uma vida apenas por ele controlada.

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