segunda-feira, 22 de março de 2010

Adoração para toda a vida - série em 6 posts [1]

ADORAÇÃO PARA TODA A VIDA
Uma experiência em sermão-artigo

Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.
Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz.
Hb.13.15,16

Temos sistematicamente ensinado sobre uma visão integrada de mundo, da realidade, da espiritualidade, e da igreja. Já comentamos sobre as dicotomias que fragmentam a nossa perspectiva da realidade, como a público/privado, e a sagrado/profano. Descrevemos também a fragmentação dos que isolam a vida cristã ao domingo ou às reuniões de Pequenos Grupos, criando os momentos espirituais, enquanto deixam todos os outros momentos de fora.

Tal mentalidade produz impacto sobre o nosso relacionamento com Deus, conosco, com o próximo e com a natureza criada. Na dinâmica de nossa vida, elementos como a santificação, a oração e a adoração sofrem impacto de abordagens fragmentadas da realidade.

Para os fins do tema que ora trabalhamos – a adoração –, destacaremos exemplos desta esfera em especial. Uma visão fragmentada da realidade produz um tipo de adoração desconectada da vida: uma adoração, em grande medida, hipócrita, pois é repetida dominicalmente, enquanto no decorrer dos dias do cristão ela é esquecida ou desprezada.

A adoração cristã contemporânea pode ser descrita, grosso modo, como meia-dúzia de frases de efeito, intercaladas por gemidos e sons não inteligíveis, recheada de emocionalismo vazio, e maqueada por uma grossa camada de luzes impressionantes, música envolvente, e calor humano. É, em grande medida, centrada no homem e em suas sensações, triunfalista, marcada pelo desprezo doutrinário – está desconectada do conhecimento bíblico-teológico, e não produz transformação de vida.

No outro extremo, ainda existem cristãos que, em nome da resistência ao modelo popular de hoje, caminham em uma adoração tão fragmentada quanto a anteriormente descrita, porém com um ar mais refinado, de instrumentos clássicos e linguajar doutrinariamente aceitável. Ainda assim, tal modelo de adoração é um meio para satisfazer as emoções de tais adoradores mais do que exaltar a Deus, e por isso é pecaminoso e também não produz transformação de vida.

“Louvor e adoração” se tornou uma categoria de música mercadológica. Tornou-se um emblema, uma marca, uma propaganda mais do que um estilo de vida. Ganhou “vida própria” e assim saiu da vida da igreja. Recebeu ar de requinte e empobreceu a comunidade dos filhos de Deus.

Enquanto mais e mais grupos de louvor e adoração são formados, mais a igreja perde a noção real do que está em jogo quando se fala de adoração, e de suas implicações para o todo da vida. É por isso que precisamos voltar os olhos à Palavra de Deus.

Em Hebreus 13 o escritor bíblico trata de recomendações finais aos seus interlocutores. Ao longo da carta, ele demonstrou como o Senhor Jesus cumpre o que era apenas sombra no Antigo Testamento. É na conclusão de tais recomendações, porém, que esta explícita declaração sobre a vida de louvor e adoração da igreja se encontra. Ela está precedida e sucedida por conselhos que englobam a vida da igreja, como a submissão à liderança, a necessidade de firmeza doutrinária, a prática do bem, e a contemplação da obra de Jesus. Daí se infere, desde já, que o louvor/adoração está para a vida da igreja, como todos os outros itens a serem vividos no dia-a-dia.

Enquanto dá suas últimas recomendações, o autor de Hebreus orienta sobre um modo adequado de adorar a Deus. A partir destes versos, podemos extrair bases para a nossa vida de adoradores hoje. Serão destacados quatro aspectos da adoração bíblica.


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