terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Um 2011... diferente

 Há igrejas e pessoas que não vivem sem uma frase de efeito. "Esse é o ano de poder", "é o ano da promessa",  "é o ano do jubileu", e por aí vai. Se eu estivesse entre tais fileiras, diria que 2011 é "o ano das mudanças". Na verdade todo o processo das mudanças que ora tomam forma foi semeado antes, talvez com mais tempo até do que eu consiga definir. Mas em vez de ficar enrolando, vou falar sobre diferenças que encaro em 2011.

Normalmente não gosto de posts tão pessoais. Embora num blog o espaço seja para apresentar uma visão pessoal da realidade (pautada na tradição do cristianismo clássico - no caso do BJC), penso que torná-lo um diário é o caminho da irrelevância. De qualquer modo, outros fazem melhor do que eu - e não pretensão de imitá-los. Creio que muitos desconhecem algumas das mudanças pelas quais tenho passado, e alguns não compreendem decisões que tomei, por isso achei de bom proveito este post. Às mudanças:

1. A mudança eclesiástica
Comecei 2010 como auxiliar ministerial (tendo me tornado pastor ainda no primeiro semestre) da Igreja Batista. Começo 2011 como pastor presbiteriano. A mudança eclesiástica se deu, basicamente, pela afinidade nas convicções teológicas, e pelas oportunidades de um ministério abertamente reformado.
Convidado pela Igreja Presbiteriana do Renascença, topei o desafio de ali servir e plantar uma igreja em São Luís. Passei pelo processo de exame no Presbitério Leste do Maranhão, e, aprovado, fui recebido como pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Como vivi toda a minha vida na batista (um quarto de século), estou no período de adaptação em uma nova igreja. Encarar tal mudança é sentir o friozinho na barriga de quem lida com realidades ainda não tão familiares, que trazem um senso de curiosidade e satisfação a cada nova descoberta.
Não apenas mudei de igreja local, mas de denominação, e isso implica adaptações ainda maiores no que diz respeito à forma de governo, por exemplo. O batismo infantil já não era problema para mim há algum tempo.
A idéia de plantar uma igreja também é bastante desafiadora, mas num bom sentido.

2. A mudança de estado civil
Comecei 2010 como solteiro. Começo 2011 a caminho do altar - ainda em Janeiro celebrarei o matrimônio com a blogueira do IvoneTirinhas, do lado de quem edito o EuCaso.com.
Obtendo habilitação para casar
Mudar de estado civil - de solteiro para casado - é entrar em um novo universo, cujas formas apenas foram vislumbradas de longe, no namoro e noivado. Creio, evidentemente, que a semente do casamento está no namoro, de modo que aquele é a elevação deste à última potência. Mas ainda assim, e considerando um relacionamento vivido a aproximadamente 2028 Km de distância, a realidade do casamento e da convivência revela aspectos até então inexplorados - sejam ruins, ou bons.
Finalmente estaremos na mesma cidade. Mais do que isso: finalmente estaremos na mesma casa (apartamento, para ser mais exato).
Se você deseja entender um pouco da minha sensação enquanto penso sobre tal mudança, basta pensar que será também desafiador conviver tão de perto - e para sempre - com alguém, mas finalmente poderei ver o rosto por trás das entonações de voz, as lágrimas escondidas sob o som do choro, o sorriso que o insensível(!) celular me esconde, e o perfume que a distância faz questão de dissipar.


3. Outras
Para não ser tão detalhista sobre minha vida, creio que uma terceira categoria pode abranger as várias outras mudanças que decorrerão das duas primeiras. Uma nova forma de me relacionar com meus pais e irmã será estabelecida, por exemplo. Embora eu já esteja morando sozinho há um tempo, ainda resta o clima de almoço diário na casa dos pais, e fins de semana dormindo por lá. Novas formas de lidar com as pessoas que Deus predestinou para formarem o meu caráter e me darem as primeiras noções de relacionamento serão agora exploradas. Sempre em honra e amor.
Haverá mudanças financeiras, decorrentes da vida em casal. A organização das finanças passa a ter o foco na família que estou formando, e não mais em mim exclusivamente. Isto vai exigir alguns cortes, e o estabelecimento de novas prioridades.
Mudanças intelectuais e espirituais seguirão, à medida que prossigo o estudo das Escrituras e da teologia filosófica no mestrado.
Mas, fundamentalmente, quase que como um laço que envolve todo o pacote, encaro as mudanças que decorrem de tudo o que foi mencionado, sobre a minha personalidade - forjando o meu caráter, desenvolvendo maior senso de responsabilidade, indicando as minhas fraquezas, e produzindo ótimas oportunidades de Deus me tratar. Ele é bom nisso.

*   *   *

Tenha você também um ótimo 2011. Que as mudanças ocorridas ao longo do ano sirvam para fazê-l@ crescer, e amar mais ao Senhor.

3 comentários:

Ivonete Silva disse...

Que Deus nos abençoe muito nessas mudanças né Lindo!
Beijos.

Pablo Ramada disse...

Jovem mestre, já não é de agora o admirar por seu intelecto e don inegável sobre sua vida. Deus o abençoe sempre e sua noiva.

Agora sim, retomei o blog depois de quase 2 anos no limbo. hehe

Abraços e aguardo sua visita.

Adson Augusto disse...

Gosto muito do que você escreve. Agora vou gostar mais, também sou Presbiteriano.