segunda-feira, 5 de maio de 2008

Um beijo a mais

Eu falei que ia comentar minhas lembranças e reflexões desta última viagem realizada. Vou fazer isto, mas não exatamente agora. Acabei de assistir um filme interessante, que despertou o meu desejo de comentá-lo e partilhá-lo com quem passar por aqui.

Existem comédias de muitas formas. Há as idiotas (aquelas de besteirol total, que muitas vezes nem apelam para o humor, para a nudez ou qualquer coisa do tipo que consiga esconder a incompetência da equipe). Há as "sofisticadas", com um alto nível de comicidade, sem forçar a barra. Há as comédias românticas - normalmente as minhs preferidas. E hoje assisti uma comédia triste.

Talvez seja burrice e falta de conhecimento deste que vos escreve. Após uma breve pesquisa no google, um site me informou que o gênero do filme que assisti era "comédia dramática". Eu sinceramente não sabia que isto existia.

Pois bem, o nome do filme é "Um beijo a mais". Em inglês ele se chama "The last kiss" (o último beijo). Há uma notável diferença entre os dois nomes. Após assistir, percebi que o nome na língua original faz mais sentido.

Aluguei pensando ser uma comédia romântica, como diz a capa. Doce ilusão.

O filme demonstra a fragilidade dos relacionamentos na contemporaneidade. Atesta a falência da instituição "casamento", bem como da outra - "família". Traduz em algumas cenas o pavor do compromisso, da intimidade, da verdade, da fidelidade.

Tudo isso é tão raro, que eu diria ser esta obra uma bela radiografia dos nossos tempos.

Há uma história principal, em torno da qual giram as outras. Um rapaz de 29 anos e sua namorada estão prestes a ter um filho. Eles já moram juntos, mas ele morre de medo de casar. Diante da situação da criança, e da previsibilidade de sua vida, o jovem entra em crise. Conhece uma garotinha mais nova, e se envolve brevemente com ela. A namorada descobre e se afasta dele. Arrependido, faz o que pode para ter a mãe de seu bebê novamente. Depois de muito esforço, consegue que ela abra a porta de casa para ele entrar.

Assim termina o filme.

Talvez isso seja o esboço de um final feliz, mas se for, é um esboço bastante tímido.

Não há certezas. Esta é a idéia. As pessoas vivem juntas sem a segurança de que sua união é válida. Aliás, não há união real, pois o compromisso não foi estabelecido. Elas apenas "estão juntas".

A comédia triste me fez pensar. Eu queria sorrir no fim deste domingo e fiquei meio pra baixo. Espero que os relacionamentos que nos vivemos sejam verdadeiros.

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