sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pensamentos e leituras

As demandas de ministério e formação mais ampla - como homem - têm exigido de mim uma série de leituras, nem sempre acompanhadas da devida reflexão. Aliás, sempre achei que há pouca maturação de conceitos e desenvolvimento de pontos que leio. Mas não perco a esperança de que posso melhorar nisso tudo. Mas fujo do assunto.

Por tudo isso, e pelas muitas atividades da "vida prática" - afinal, moro em um apartamento real, tenho uma esposa real, contas reais, um carro real, e várias outras coisas que exigem atenção e atividades concretas no dia a dia - minha freqüência no BJC está cada vez menor. E não posso prometer que vá melhorar, porque um dia já fui escravo disso, e hoje me vejo mais tranquilo. Escrevo quando posso, sem a menor intenção de desrespeitar aqueles que gentilmente passam por aqui em buscar de um novo texto, ou uma nova idéia. Peço que compreendam, pois postar demais poderia significar simplesmente que passei a soltar palavras sem critério e melhor reflexão - poderia significar apenas verborragia inútil, e disso a internet já está cheia. (nunca fui fã dos muito 'opiniosos' mesmo. No Brasil não se quer compreender questões, mas apenas emitir opiniões).

Ainda há o que postar. Possivelmente reflexões despretensiosas sobre os materiais estudados, idéias e propostas para casos que encontro, além do evangelho, sempre o mesmo e sempre a alimentar novos textos e aplicações.

Os posts também poderão funcionar como uma tentativa de articular melhor minhas idéias, na tentativa de captar mais apropriadamente as propostas lidas. Nenhuma tentativa de pontificar sobre os assuntos, mas de contribuir para a discussão, pensar outros pontos de vista, e dialogar. Trata-se de uma reflexão, e de um convite ao bate-papo com os leitores.

* * *

Essa semana li materiais impressionantes, desde o relato da multiplicação de pães e peixes no evangelho de Mateus, cap. 14, aos dados assustadores sobre o comunismo na obra do Pr. Richard Wurmbrand 'era Karl Marx satanista?'. Segui na vagarosa leitura (sem prazo definido para terminar) da obra 'Moby Dick', de Herman Melville, e li um livro de ensaios do filósofo Ortega Y Gasset sobre estética. Li um sermão de Francis Schaeffer sobre a ação cristã em uma cultura caída, refletindo em Rm. 12.1-2, sobre perspectivas de Paul Tripp e Tim Lane no livro 'Relacionamentos' (leitura inacabada), sobre o Estado babá (em um livro com o mesmo título), e acabo de ler os capítulos iniciais da obra de Josh Harris sobre lascívia.

Obviamente tais leituras me levam a lugares completamente distintos e eu não arriscaria uma estrutura unificadora para tantas questões, senão o fato de o mundo e cada pessoa e idéia pertencer a Deus e cumprir os Seus propósitos eternos.

Mateus me lembra de como sou pequeno e não devo confiar em meus recursos para lidar com a vida - somente Jesus é a fonte inesgotável de alimento. Ao mesmo tempo, enquanto me vejo pequeno, não sou um vegetal nem um bebê diante do Estado. As tentativas baseadas no marxismo e um superprotecionismo fogem dos papéis fundamentais do governo. A luta provavelmente continuará enquanto estivermos neste mundo caído, e cabe aos cristãos uma ação consistente sem serem moldados pela Cosmovisão anticristã desta ou de qualquer outra era. Um dos elementos centrais na luta contemporânea é a promoção de uma sexualidade sadia, prazerosa segundo o maior dos prazeres - Deus, Sua Palavra e Sua vontade. E isto possui implicações para os relacionamentos - de casados ou namorados - que enfrentarão sempre lutas por causa de nosso pecado. Mas há belas histórias sobre amizade e coragem, como a parte que leio em Moby Dick a respeito do relacionamento entre Ismael e Queequeg, que desafiam profundamente noções do nosso tempo. Compreender o homem de hoje não é tarefa fácil, e Ortega Y Gasset nos ajuda ao falar sobre as artes - a história da pintura, por exemplo, nos mostra como o homem foi se fechando em si ao longo dos séculos. Isto me lembra os estudos sobre o narcisismo que acabo de ministrar em minha igreja.

Enfim, há muito o que pensar, e as descrições limitadas e, até certo ponto, caóticas deste post estão longe de esclarecer as coisas. Mas mostram caminhos, por onde os pensamentos passeiam.








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